domingo, 30 de maio de 2010

Síndrome do Túnel do Carpo

Síndrome do túnel do carpo é o nome referido a uma doença que ocorre quando o nervo que passa na região do punho (nervo mediano) fica submetido a compressão, originando sintomas característicos que serão descritos adiante. Representa doença muito comum entre mulheres na faixa de 35 a 60 anos; pode ocorrer com menor frequência fora dessas faixas de idade e também ocasionalmente em homens. Os sintomas típicos são representados por dormência e formigamento nas mãos, principalmente nas extremidades dos dedos indicador, médio e anular; em quase 2/3 dos casos é bilateral. Caracteristicamente esses sintomas ocorrem durante a noite, fazendo com que as pessoas tenham que levantar, movimentar as mãos ou mesmo coloca-las em imersão de água quente; algumas vezes pode surgir dor em todo membro superior (mão, antebraço e braço); também são frequentes as sensações de choques em determinadas posições da mão como segurar um objeto com força, segurar volante do carro ou descascar frutas e legumes. Com muita frequência as pessoas imaginam que estão tendo "derrame" ou "problemas de circulação" procurando assistência médica especializada nessa área. Esses sintomas de dormência e formigamento podem melhorar e piorar ao longo de meses ou até anos, fazendo com que o diagnóstico preciso e correto seja retardado.Na maioria dos casos essa compressão do nervo na região do punho ("nervo preso") deve-se a estreitamento no seu canal de passagem por inflamação crônica não específicados tendões que também passam por esse canal. Em outros casos com menor frequência podem exister doenças associadas comprimindo o nervo. É importante ressaltar que mulheres grávidas podem ter sintomas da doença ocasionados por edema ("inchaço") próprio da gravidez; na maioria dos casos os sintomas desaparecem após o parto podendo reaparecer muitos anos mais tarde. Algumas atividades profissionais que envolvem flexão contínua dos dedos (exemplo ordenha de leite) podem desencadear sintomas de compressão do nervo. O diagnóstico da síndrome do túnel do carpo é baseado nos sintomas característicos e na comprovação da compressão do nervo por um exame chamado eletroneuromiografia; nesse exame os nervos do antebraço, punho e dedos são estimulados por choques de pequena intensidade sendo o resultado medido na tela do aparelho.O tratamento para os casos de compressão leve (critério baseado no exame eletroneuromiográfico) pode ser inicialmente feito imobilizando-se o punho por "splints"; jamais o punho deve ser enfaixado pois pode piorar a compressão; também deve ser evitada qualquer medida fisioterápica nessa fase. Os "splints" são pequenas talas de material duro porém flexível que são colocados desde a mão até o antebraço e fixados com velcro, podendo ser facilmente retirados e colocados. Os remédios ou infiltrações no local podem ser utilizados, porém são sempre paliativos ou seja não resolvem o problema definitivamente. Nos casos em que o tratamento por imobilização falha ou naqueles nos quais o exame eletroneuromiográfico revela compressão mais grave do nervo devem ser submetidos à cirurgia. O objetivo da cirurgia é abrir o canal por onde o nervo passa, resolvendo o problema definitivamente na maioria dos casos. Quando o nervo fica comprimido muito tempo pode haver atrofia definitiva ("nervo atrofiado ou seco") com pouca recuperação mesmo após a cirurgia.

domingo, 16 de maio de 2010

Doença de LEGG-PERTHES-CALVÉ

A DLPC foi descrita quase simultaneamente por Legg nos Estados Unidos, por Perthes na Alemanha e por Calvé na França, no início do século XX. A doença de Legg-Perthes-Calvé (DLPC) é definida como uma necrose isquêmica ou avascular do núcleo secundário de ossificação da epífise proximal do fêmur durante o desenvolvimento da criança, podendo ocorrer desde os 2 aos 16 anos de vida, ocorrendo principalmente entre os 4 e 8 anos de idade sendo mais comum em meninos do que em meninas e unilateral em 90% dos casos. É uma doença autolimitante, caracterizada por necrose e reparação da epífise proximal do fêmur, ou seja, há a degeneração da cabeça do fêmur devido a um distúrbio na irrigação sanguínea, com regeneração subseqüente da cabeça do fêmur. Assim, após um surto de isquemia, de causa desconhecida, instala-se automaticamente o processo de reparação. A cura sempre ocorre, podendo, no entanto, chegar-se a ela com ou sem deformidade articular. Por ser uma articulação de suporte à carga, do tipo “bola e soquete”, deve-se prevenir e evitar que se estabeleça qualquer deformação cefálica residual, pois isso repercutirá fisiologicamente na sua longevidade biomecânica. Ainda não existe uma teoria única que explique a causa que leva à obstrução transitória da circulação da cabeça femoral. Dentre as possíveis causas, são citadas: trombose decorrente de fibrinólise (coagulopatia/trombofilia), aumento da viscosidade sangüínea, infartos de repetição, aumento da pressão hidrostática intracapsular (sinovite), alterações lipídicas, Influências genéticas, fatores nutricionais e ainda, alterações do hormônio de crescimento, tendo em vista a baixa estatura das crianças com a enfermidade. Assim, DLPC, quase um século após a sua descrição inicial, não tem causa conhecida e, por isso, é descrita como necrose avascular idiopática da cabeça femoral na criança. Os sintomas iniciais são: dor referida na virilha, na coxa ou no joelho (devido à irradiação do nervo obturatório) e claudicação, que podem ser relacionados com a atividade física, ou mesmo confundidos com trauma.


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Cervicalgia

Segundo enquete realizada neste blog, 50% dos internautas participantes responderam que, ao final do dia a região mais dolorida do seu corpo é a coluna cervical.

A coluna cervical, localizada na região posterior do pescoço, é composta por sete vértebras e é considerada o elo flexível entre o crânio e o tronco. Possui funções de suporte e movimentação da cabeça, além de proteção para as estruturas vasculares e do sistema nervoso.
Justamente por ser uma área de bastante mobilidade, a coluna cervical merece cuidados especiais, que proporcionem um adequado equilíbrio entre a flexibilidade e a força muscular do pescoço.É bastante freqüente a ocorrência de dores, tensões e rigidez no local onde está localizada a coluna cervical.
A cervicalgia (cervical = região do pescoço + algia = dor), cuida-se de uma queixa comum nos consultórios, sendo que dela podem decorrer desde pequenos desconfortos até dores muito fortes, ou mesmo, incapacitantes.
Em sua etiologia, isto é, no estudo das causas da cervicalgia, são encontradas diversas situações que podem ser reunidas em dois grupos principais: (1) problemas na estrutura da própria coluna cervical e (2) problemas nos tecidos corporais localizados em suas proximidades, mas, que, também, podem provocar dores, desvios posturais, desconfortos, estralidos e tensões na coluna cervical.
No primeiro caso (problemas relacionadas às estruturas da coluna cervical), destacam-se como fatores determinantes para o surgimento da cervicalgia a ocorrência de artroses, os problemas posturais, as hérnias de disco, as ossificações ligamentares, as más formações congênitas, as fraturas, a osteoporose e a meningite.
Já na segunda hipótese (alterações nas proximidades da coluna cervical), sobressaem disfunções na articulação temporomandibular (como o nome indica, é articulação localizada entre o osso temporal e a mandíbula), problemas de tireóide, alterações visuais, faringites e laringites.
Para manter a coluna cervical saudável, é essencial a adoção de alguns bons hábitos, tais como: alongar-se periodicamente, manter boas posturas corporais (principalmente no trabalho, nos estudos, ao assistir televisão e ao utilizar o computador), evitar carregar pesos exagerados e utilizar colchão e travesseiro adequados e de boa qualidade para dormir.
O tratamento da cervicalgia pode ser realizado de variadas formas, sendo normalmente indicados a Fisioterapia, o repouso, o auxílio medicamentoso, o uso de coletes e até mesmo, a depender do caso, intervenções cirúrgicas.
O fisioterapeuta dispõe de diferentes métodos de tratamento a serem empregados em conformidade com as exigências de cada situação concreta. Pode, por exemplo, utilizar aparelhos para combater a dor e a inflamação, aplicar terapias com calor local, realizar trações cervicais, prescrever exercícios de alongamento e de fortalecimento da musculatura implicada, elaborar programas de conscientização postural e utilizar técnicas de massoterapia.
Não obstante, são sempre desejáveis a avaliação e o acompanhamento realizado por uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde, como por exemplo; Médicos, Fisioterapeutas e Dentistas. Bem assim, é primordial que o paciente assuma e cumpra o compromisso de seguir corretamente o tratamento prescrito.